quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tempo e Sentimentos


Depois de tanto tempo volvido, ainda persistes. Não sei dizer porque é que continuas a permanecer em mim, se o que mais quero é que tal deixe de acontecer. Os sentimentos são algo obscuro, que poucas vezes se deixam compreender. São um campo minado assinalado num tempo indeterminado e sem lugar, e albergam trechos de vivências, colectâneas de amores e desamores. Poucas vezes se deixam mostrar na íntegra, há sempre recantos escondidos por entre becos recônditos da alma. Entregam-se ao vento, e andam por aí à solta, sem dó nem piedade do que encontram pela frente. Persegui-los? Impossível. Acatá-los? Talvez. Dominá-los? Nunca. Seremos sempre remetidos para a insipiência enquanto estivermos sob o seu domínio. Eles vão-nos dominando pouco a pouco, agarram-nos nas suas mãos, sem pensar no que nos vai acontecer. De início, é usual levitarmos pendurados nas suas asas. Depois chega o tempo em que é hora de cairmos no chão, ficarmos ali revolvidos. Chega a hora em que o bom acabou. Choramos esses tempos, tentamos que o tempo apague tudo da nossa memória. Mas o tempo não apaga nada, tudo fica, ainda que bem oculto. E tu não estás nem apagado nem oculto. Ainda. ‘$

4 comentários:

C disse...

tempo e sentimentos...que mistura! E que texto, também!
:')
quanto ao que deixaste no comentário, adequa-se perfeitamente.

Margarida disse...

que marcante :D

Tani disse...

vai chegar um dia em que vai estar ;)

Borrega disse...

Os sentimentos são devinitivamente uma bonita rosa espinhosa... Sempr euma faca de dois gumes que nos faz andar no fio da navalha, entre o céu e o abismo...

Bj*

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