quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Falta de sentido

Nada tem sentido sem ti. Mas eu sei que, a pouco e pouco, serei capaz de atribuir sentido a cada pequeno constituinte da minha vida. Contudo, nunca nada será igual, tu davas cor à minha realidade, ainda que não passasses de uma ilusão. Contigo foi sempre tudo mais fácil. Tinhas o dom de me fazer sorrir mesmo quando me encontrava na penumbra, com vontade de me zangar com tudo e todos. Tinhas o dom de me fazer feliz, mas agora já não tens. Deixei de levitar neste sonho, acordei para o que afinal existe, deixei de acreditar em tudo o que se cinge a nós. Mas agora não consigo secar o imenso pranto que discorre de mim a todo o momento, fazes me demasiada falta. Nunca perceberás o quanto significaste e ainda significas.

Indiferença

Não entendes que magoa demais sentir a tua indiferença. Não sei como é que ainda sou capaz de olhar com tanta amenidade para a tua face, quando o que tens para me oferecer é somente apatia. Sinto me tão abandonada por ti. Foi o fim de tudo, the end. Mas comportaste-te como se não o fosse, como se tudo continuasse igual. Mas não continua, não continuará. Tudo acabou e já nada será o mesmo. No entanto, apenas continuo a sentir a tua indiferença perante tudo, enquanto eu aqui estou procurando a resignação que nunca virá. Vou sentir a tua falta, já sinto, e muito.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Não vês que já não é a mesma coisa?

Para ti, tudo parece continuar igual. Já para mim, não. Para mim, tudo estagnou ou regrediu até. Não sabes ou finges não saber que já não somos como éramos, que se criou um enorme abismo entre nós. A cada momento, surge em mim a necessidade inqualificável de mudança. Não suporto mais toda esta situação, todo este faz de conta em que nos deixámos permanecer. Não vale a pena mentir, nunca mais nada será igual ao que era antigamente. Antigamente – aquele tempo em que, ainda que de forma inconsciente, éramos felizes. Sinto falta da reciprocidade que antes existia, da confiança que não nos deixava margens para dúvidas. Talvez tenha sido esse o nosso erro: acreditar e confiar demais. A desilusão que progressivamente se abate sobre mim é tão avassaladora, fico cada vez mais sem saber o que fazer. Ou talvez já saiba o que tenho a fazer, e não seja capaz de agir. É tudo tão difícil, tão complicado. Sinto me perdida neste beco escuro e tu não te mostras capaz de intervir para me tirar dele.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Decisões

Será que não vais deixar de andar às voltas na minha cabeça? Vejo me a toda a hora a defrontar me mentalmente comigo mesma, produzindo questões, elaborando respostas, decifrando comportamentos, tomando resoluções. Não está a ser fácil lidar com tudo, eu não fui feita para saber lidar com isto. No fundo, as decisões já estão mais que tomadas. Agora, falta me a audácia de agir, a coragem de ir em frente sem olhar para trás, o arrojo de não voltar para trás. Foste uma fase (boa) da minha vida. Mas acredito (ou quero acreditar) que não passaste disso mesmo – uma fase – e como tal, o teu tempo chegou ao fim. Esperei tempo demais e não soubeste corresponder a essa espera, por isso agora, basta! Basta de acreditar que tudo mudará para melhor, que tudo poderá vir a ser como ambicionei. Sim, eu tomei decisões (acertadas ou não) e tenciono colocá-las em prática. Em breve, espero.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Serei capaz?

Dás me vontade de partir tudo à minha volta , de nao me controlar mais . Mas ainda bem que Deus me fez com uma grande dose de sanidade mental , caso contrário o caso seria bem grave . És um cabrão , só me fazes sofrer , mas que hei de eu fazer ? Eu gosto é de ti , e por mais que tente , nao te consigo deixar . Ainda que cometas todas as atrocidades de que eu me vou apercebendo . No fundo , sou uma grande palerma .

But after all , I'm starting to believe I can change everything , I know I'll can .

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Libertar

É triste assistir à veloz degradação do que fomos e do que somos, ou do que julgo que ainda somos. Tudo já não passa de uma mera utopia, na qual me vou deixando ficar, à espera que tudo não seja como eu me tenho apercebido que é. Tudo já não passa de sentimentos desconexos, palavras vãs, sorrisos apagados, toques que perderam a macieza que antes me aprazia sentir. São demasiadas as dúvidas que persistem a cada momento na minha cabeça e eu não consigo encontrar qualquer resposta a todas estas questões perturbadoras. Não sei o que fazer, não sei o que dizer e, acima de tudo, não sei o que sentir. Ninguém é perfeito, é certo, mas para mim sempre estiveste num pedestal bastante elevado e a pouco e pouco, vais descendo um e outro degrau. Cada degrau corresponde a mais uma desilusão que embate em mim de forma agreste e eu fico sem saber se realmente és o que eu esperava que fosses. Preciso de dar um rumo a tudo, fazer escolhas que me libertem do que me aprisiona, livrar me de tudo o que já não faz sentido existir na minha vida. Preciso de deixar de ser o que estás à espera que eu seja.

Serás capaz de entender?

Quando acordares desta quimera e perceberes que não estou mais aqui será tarde. Demasiado tarde, para entenderes que tudo tem um fim, que toda a gente acaba por cansar-se de esperar por algo que nunca vem. Não vou aguardar para sempre o regresso de algo que talvez nunca partiu, porque nunca chegou a estar aqui. Queres-me embrulhar nesta teia de mentiras, de desculpas, de pedidos, de promessas em vão, mas deixei de ter vontade de crer em todas elas. Não me dás seguranças, não me ofereces estabilidade, porém, eu preciso é disso mesmo, de alguém que me faça querer permanecer, de alguém por quem eu saiba que ainda vale a pena empreender batalhas, de alguém que dê sentido e corresponda à minha espera. Cansei-me de te conceder mais uma e outra oportunidade, de aceitar pedidos de desculpas e promessas que nunca se cumprirão, de ser eu a única a acreditar que isto resultará. Quero sim acreditar que serei capaz de tomar resoluções, que serei capaz de escolher o que é melhor para mim, que conseguirei dizer-te as palavras certas e não vacilar. Não posso nem quero mais continuar assim, nem sou feliz nem sou infeliz. Apenas permaneço paralisada no tempo, aguardando a audácia que nunca mais vem, para me tirar desta estagnação néscia em que me deixei cair ou para a qual me empurraste sem eu me aperceber.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Concepções diferentes

Não é isto que quero para mim. Um faz de conta mascarado de realidade sonhada, em que sou mera espectadora da tua encenação. Não foi isto que me propus alcançar, não foi para isto que empreendi poucas mas duras batalhas. Tu sabes o que quer, tu sabes o que preciso. Privares me de tudo isso por muito mais tempo, poderá ter consequências. Negativas. E eu não desejo isso. Não quero sequer imaginar que possa ser possível vir um dia a esquecer-te, mas tenho medo que isso aconteça. Assim como tenho medo de te perder. Assim como tenho medo que tudo o que vivamos e já vivemos seja somente uma mentira. És das pessoas mais importantes da minha vida, não consigo conceber um cenário possível da minha vida sem a tua presença. Mas a tua concepção de vida difere da minha. Não me esqueças, não me abandones, não deixas que tudo caia em pura estagnação. Ou um dia piore. $

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ilusões

Nunca nada será como queremos que seja. Nunca seremos capazes de assumir ambições, de definir rumos. Apenas pairamos sobre incertezas e ilusões, esquecendo-nos de viver. Tenho-te e no entanto, é como se não te tivesse. Apenas projectamos futuros, deixamos para trás o tempo presente, ancorado neste ter sem ser. Criamos demasiadas e vagas expectativas, de algo que nunca se concretizará tal como imaginamos. O nosso sonhar é viver, mas eu quero poder viver sem necessidade de sonhar. Ilusões, meras ilusões habitam em nós e elevam-nos para um pedestal que mais tarde ou mais cedo se desmoronará.