quinta-feira, 30 de abril de 2009

Preciso de ti


Sinto saudades tuas. Faz-me confusão passar por ti e tanto eu como tu virarmos a cara. Nao somos capazes de nos enfrentarmos, agora somos estranhos conhecidos. Ou nem isso. Ambos somos teimosos, mais do que teimosos. Tudo podia ser mais fácil, mas este nosso maldito orgulho não deixa que nos entendamos para além de tudo o que sucedeu. Hoje queria ver o teu sorriso para mim, hoje queria ouvir uma palavra tua, hoje queria sentir um abraço teu. Não era preciso mais nada, só isso. Sinto mesmo saudades tuas.

Apesar de ser impelida por mim própria a não alimentar nada que me prenda ainda mais a ti, preciso tanto tanto tanto de ti.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tempo e Sentimentos


Depois de tanto tempo volvido, ainda persistes. Não sei dizer porque é que continuas a permanecer em mim, se o que mais quero é que tal deixe de acontecer. Os sentimentos são algo obscuro, que poucas vezes se deixam compreender. São um campo minado assinalado num tempo indeterminado e sem lugar, e albergam trechos de vivências, colectâneas de amores e desamores. Poucas vezes se deixam mostrar na íntegra, há sempre recantos escondidos por entre becos recônditos da alma. Entregam-se ao vento, e andam por aí à solta, sem dó nem piedade do que encontram pela frente. Persegui-los? Impossível. Acatá-los? Talvez. Dominá-los? Nunca. Seremos sempre remetidos para a insipiência enquanto estivermos sob o seu domínio. Eles vão-nos dominando pouco a pouco, agarram-nos nas suas mãos, sem pensar no que nos vai acontecer. De início, é usual levitarmos pendurados nas suas asas. Depois chega o tempo em que é hora de cairmos no chão, ficarmos ali revolvidos. Chega a hora em que o bom acabou. Choramos esses tempos, tentamos que o tempo apague tudo da nossa memória. Mas o tempo não apaga nada, tudo fica, ainda que bem oculto. E tu não estás nem apagado nem oculto. Ainda. ‘$

Uma pergunta apenas


Afinal , em que é que erramos? '$

terça-feira, 28 de abril de 2009

Dualidade sentimental

Detesto-te e amo-te. Detesto-te por aquilo em que te tornaste, pela pessoa que eras ter desaparecido, pelos sentimentos se terem modificado. Detesto-te por já não seres o melhor amigo e teres passado à categoria de conhecido. Quero-te detestar ainda mais, mas não consigo, porque acima de tudo ainda te amo. Ainda persistes demasiado no meu coração, ainda sinto tanto, mas tanto mesmo a tua falta. Todas as noites experimento a tua ausência e o nosso fim. Todos os dias procuro encontrar razões para tudo ter tido terminado, para termos prosseguido em caminhos divergentes. Procuro perceber porque é que não nos resignámos à amizade que sempre afirmámos que iria ficar, porque é que nada ficou retido no ‘para sempre’. Hoje ainda lamento não ter cultivado tudo de modo a permaneceres, ainda lamento que nunca tenhas percebido a imensidão do que sinto por ti, de nunca teres encarado tal facto a sério. Queria perceber tudo, queria que desses um fim oficial em tudo, porque eu não sou capaz. Eu só precisava que me dissesses isso, eu não insistiria mais em querer salvar tudo, eu tenho a certeza de que iria finalmente esquecer-te. Ou quem sabe não, eu já tentei tanto fazer isso e não consigo, eu não consigo apagar-te de mim, estás gravado em mim em cada momento que eu vivo. Eu sinto demasiado a tua falta, eu não quero viver assim, sabendo que não posso procurar o teu aconchego. Eu procuro explicar para mim própria que tudo acabou, que já não há volta a dar, mas assim não dá. Eu preciso que me digas, eu preciso ter essa certeza, eu preciso perceber que tudo acabou definitivamente. Eu não fui feita para sofrer por amor, eu não aprendi nunca a ser assim e viver assim. Eu estou num enorme estado de lassidão e não sei como sair dele. Eu não consigo, mas preciso viver apenas por mim.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Piano

Hoje estive naquele nosso sítio. Cheguei, senti um arrepio percorrer indecorosamente o meu corpo acima e atravessaram-me mil flashes do muito que ali passamos. Perscrutei mais uma vez o local e sentei-me confortavelmente onde tantas vezes te tive bem junto a mim, onde tantas vezes nos envolvemos, esquecendo tudo à nossa volta. Ali éramos nós e mais ninguém, ali éramos felizes por breves horas. Hoje vou precisar de sentir uma nova melodia que me acorde deste estado de lassidão. Senti a maciez do que me amparava ali confortavelmente, como se voltasse a senti-la contigo. Relembrei momentos e mais momentos que ali passamos, momentos esses que foram tão bons. Recordei também o pior momento que já passámos juntos, aquele momento pior que aterrador, seguramente um dos piores de toda a minha vida, e com o qual posteriormente nos rimos. Fechei os olhos e senti tudo o que foi bom de novo, vi-me ali sentada à tua espera, vi a tua chegada, experimentei o teu toque mais uma vez, contemplei o teu sorriso, senti os teus lábios, escutei as nossas conversas, tudo de novo, tudo a avivar-se na minha alma. Senti todas as notas soltas que compuseram a nossa sinfonia a dois. Abri os olhos para o que me rodeava, era o nada apenas, a asfixiar-me, a libertar-me de impurezas contidas sorrateiramente na minha alma. Fiquei a descortinar que o passado é uma casa fechada, onde só ficam as recordações e de onde só sai a saudade, a nostalgia e a tristeza. Sim, quando abri os olhos não estavas lá, mas foi como se tivesses acabado de sair dali, afinal tinha acabado de te ter junto a mim, ainda que apenas na minha cabeça. Senti uma lágrima afigurar-se furtivamente no canto do olho, mas esforcei-me por não a verter, não mereces que eu derrame sequer uma única gota salgada. Quis-me odiar por ter deixado que tudo chegasse a este ponto, por ter deixado que ver-te ali comigo fosse agora impossível. Hoje quero tocar piano com a fúria de quem só nele encontra a redenção da alma, e pulsar de gáudio por reproduzir uma melodia delicadamente, sem te afigurares nos meus olhos que contemplarão apenas as teclas e o vazio que se encontra à minha volta. Este lugar já não tem sentido sem ti, agora encontro-me aqui como que perdida, já não te distingo em nenhum lugar da minha vida. Hoje aquele lugar teve para mim tanto significado, não me sinto capaz de lá voltar sem ti, e por isso tenho a certeza de que não lá voltarei. Enquanto regresso já levo a melodia entoada na minha cabeça, já a senti percorrer os meus canais auditivos e as pontas dos meus dedos, já meditei nela. Quando chegar ao meu piano de cauda, serei só eu e ele, nada mais. Seremos preto no branco, branco no preto, tecla a tecla, e sentiremos juntos, vibraremos juntos, fruto das notas musicais que irão envolver o ar. Serei só eu e ele, colmatando tudo, esquecendo tudo o que existe para lá destas teclas vibrantes. Hoje preciso mais do meu piano do que de ti, e é bom sentir isso.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Não consigo adormecer. Persegues a minha cabeça dia e noite, sem parar. Questiono tudo, tento encontrar razões para a forma como as coisas acabaram por se desenrolar, procuro uma maneira de te esquecer definitivamente. Mas não consigo, estou farta disto, nunca pensei prender-me tanto a ti, nunca pensei que me fosse custar tanto a tua perda, que nem foi bem perda, porque nunca cheguei a ter-te realmente. Dei-te quase tudo, dava-te ainda mais se fosse preciso. Tu, ora tu, deste-me um pouco de ti e subitamente quebraste esse laço que nos unia, preferiste esquecer que fomos tanto noutros tempos agora idos. Foste um estúpido, eu sabia que o eras, mas ainda não o tinhas sido comigo. Ainda te amo, ainda me custa depreender esta verdade, usar estas palavras tão fortes, apesar do Amo-te estar completamente banalizado. Ainda sofro com a tua ausência, ainda reclamo a amizade finda, ainda procuro restituir um pouco de afecto. Mas ninguém constrói nada sozinho, uma relação por mais simples que seja precisa de dois intervenientes, e já só eu intervenho. Sabes, eu tento a toda a hora esquecer-te, convencer-me de que já não te amo, mas não posso enganar-me a mim própria. Gostava de pelo menos poder dormir e deixar de te ter a vaguear pela minha mente. Se não for pedir muito.

domingo, 19 de abril de 2009

Desabafo

Ver-te assim deitada nessa cama decerto desconfortável, sem conseguires mover o que quer que seja. Lutando segundo a segundo por te manteres viva, por não estragar mais do que já te estragaram. Ver-te a modificar por fora, avolumar graças a esse maldito coma que te induziram. Estamos aqui e não sabemos se nos ouves, se nos pressentes, mas queremos acreditar que sim. Queremos acreditar que sentes a nossa esperança, a nossa convicção de que vais recuperar rapidamente, de que estarás entre nós depressa a sorrir como sempre te vimos. Quando não estamos à espera de que as coisas aconteçam é sempre mais difícil aceitá-las. Uma fracção de segundos chegou para te atirar para esta maldita cama, onde agora te vemos, restritivamente. Um simples ou complexo choque, o medo, o pânico a correr nas tuas veias misturando-se com o sangue que corria freneticamente, a pancada, tudo desfeito à tua volta, o som das sirenes girando velozmente na sua corrida contra o tempo. E tu ali imóvel, assistindo a tudo confusamente, sem perceber o que tinha acontecido. Todos encurralados, tu a pior, a que sofreu mais com o embate. Agora vejo-me aqui a abraçar a tua filha, contigo aí sem saber se nos estás a sentir aqui a torcer por ti. Ela chora no meu ombro, ela sente tanto a tua falta e vai ter de ir para longe e deixar-te aqui. E eu choro com ela, é demasiado duro ver-te assim, e sentir o mal-estar dela, e pensar que poderia ser eu no lugar dela, e saber que nunca terás a mesma vida que tinhas. Ela agarra-se a mim com força e eu procuro todas as minhas forças para lhe dar o apoio que sei que ela tanto necessita. E tu continuas aí impávida e serena, como se nada tivesse acontecido, não fossem todas as mazelas que conseguimos identificar em ti, apesar do lençol que te encobre. Vejo-te assim dependente de máquinas para viveres, alimentada por tubos de plástico, toda sedada, com os arranhões misturando-se com os furinhos das agulhas. É duro, é muito duro, mas necessito descrever este desassossego em que fiquei depois de te ver, depois de agarrar a tua filha agora frágil nos meus braços, depois de ver todos eles chorando ou tentando não o fazer, enquanto aguardam as notícias que os homens de branco trazem uma única vez por dia. Esta sala de espera tornou-se para os teus filhos e marido a segunda casa. E sei que a qualquer hora que apareça para te ver com os meus pais, os encontrarei sempre lá, bem perto de ti, aguardando novas boas notícias. Dói para mim que sempre gostei de ti e ainda mais da tua filha, e dói ainda mais para os meus pais para quem és como irmã. O vosso grupo está desfeito, os amigos procuram notícias a toda a hora, o telemóvel toca ininterruptamente. A vida às vezes é tão injusta, nunca ias com eles, insististe três vezes para não ires, e logo no dia em que vais, tens o raio do acidente. É como que as coisas estejam predestinadas e não há como lutar contra isso. Esta noite sonhei contigo, estavas a vir cá a casa como tantas vezes fizeste, já curada, sorrias como sempre e todos estávamos felizes por estarmos todos juntos como tantas vezes acontece. Foi só um sonho, mas eu sei que em breve vai ser realidade. Vais ficar bem, nós sabemos que sim.

Estamos todos contigo, Amélia :$

Precisava deste grande desabafo . Desculpem .

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Final

Entras pela porta dentro e já não sinto o coração pulsar de júbilo pela tua presença. Olhas-me discretamente, procuras a minha resposta visual mas não a recebes. Ambos sabemos que o brilho já esmoreceu e que nem o teu toque me apraz como outrora. Procuras sentir-me de novo bem junto a ti, sempre foste muito mais carnal do que eu, sempre precisaste de sentir que eu era tua posse. Mas afinal, surpresa das surpresas, eu não o era. Rejeito-te, lanço-te para trás. Não me olhes sequer olhos nos olhos, porque apesar de tudo ainda não sou forte o suficiente para conseguir suprimir toda esta minha vontade de te ter também, quando fazes aquele olhar que me cativa. Sei que mais tarde irei eu ao teu encontro, procurando o aconchego que ainda consigo sentir quando estou contigo. Acabo sempre por falhar, ainda não reuni todas as forças de que necessito, mas estou perto de o fazer. Procuras-me de novo. Mas ainda não é chegado o momento de voltar a ti. Ou talvez nunca mais o seja. Talvez deixes de entrar por essa porta e procurar o meu olhar carinhoso, talvez percebas que esse olhar já não existe mais, talvez percebas que deixei de te pertencer. Eu já percebi que não mais me pertences, já deixei de me preocupar se o meu olhar te enviava todo o afecto que eu nutria por ti, talvez já tenha deixado de querer suprimir-me a mim própria em teu proveito. As pessoas não são cegas para sempre, o amor cego não existe para sempre e os finais felizes não existem sequer. Lembro-me de acreditarmos que existiam. Agora não mais acredito, e tu, ora tu talvez nunca tenhas acreditado sequer. Esquece tudo, se ainda não esqueceste. Eu estou a fazer o mesmo.

Pensei que no final de tudo fosse ficar a amizade. Mas sonhei demasiado alto.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Foste-te

Eu acredito que tudo mudou, que já não somos nada do que em tempos fomos. Agora dou mais valor ao Eu do que ao Nós. Mas ainda continuas a ser aquele que vibra na minha mente, que me aquece o coração de cada vez que conversamos, que me faz sentir algo distinto. Ainda não me és totalmente indiferente, e irrita-me imenso que não o sejas. Não sou capaz de dissolver tudo de uma vez por todas, perco sempre a minha força quando dela mais preciso. Agarrei-me a ti mais do que alguma vez deveria ter feito, significaste muito mesmo para mim, ainda hoje significas imenso. A diferença está no facto de ter finalmente aprendido a viver sem a tua presença na minha vida. Ou então fazer de conta que o sei fazer. É tudo demasiado confuso, só me dás razões para te esquecer de vez, mas eu não consigo. Sinto-me tão estúpida, deixo-me sempre levar por ti, não te sei resistir. A minha cabeça dá voltas e voltas sobre tudo, não encontra soluções, tu estás sempre lá. Ninguém percebe a amplitude do que sinto por ti, ninguém compreende que me és vital. Antes estiveste sempre aqui, agora não sei mais por onde vagueias.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

"- Apenas peço que me agarres para sempre porque eu não te quero perder."

Agarrei-te, mas afinal de nada valeu. Não quis confiar em pleno neste teu pedido, mas porquê não arriscar? Confiei, e sim, agarrei-te, quis-te comigo, comungamos dos mesmos ideais, fizemos história. Hoje não passa disso mesmo, história que em tempos se escreveu, e que agora permanece acesa em mim. Cada momento, cada detalhe, tudo bem gravado, sem qualquer risco por cima. Sentidos que se desvaneceram nos meandros do tempo, seguranças que se perderam, certezas que deixaram de o ser. Não foste um erro, mas estiveste perto de o ser. Não te quero encarar como tal, enquanto tudo durou, tudo foi bom, fui feliz nesse período de tempo. Agora não me fazes feliz e pelos vistos eu também não te faço feliz a ti. Pedi-te muito pouco, tu pediste-me muito mais. Acedi enquanto não tive nada a perder. Contudo, ao fim de algum tempo tudo deixou de fazer sentido para nós, deixamos de ver as coisas como víamos antes. Fazer demasiados planos para o futuro nunca dá certo. Agarramo-nos a expectativas, a certezas, a tempos futuros e deixa-se de viver o presente e tudo de bom que ele nos pode proporcionar. Talvez tenha sido esse o nosso mal, viver o presente à espera do futuro acontecer. O futuro não aconteceu tal como expectamos. Acabou-se. Acabaram-se lutas, acabaram-se sonhos, acabaram-se vivências, acabaram-se conversas, acabou-se, pura e simplesmente. Estou cada vez mais farta, e no entanto, tudo já constitui apenas história. Já se acabou o tempo de a escrever, mas ainda continuam a faltar peças nela, ainda continua a faltar este tempo que antes era o futuro e hoje é presente, em que ainda não houve um acabar solene. Só precisava de palavras da tua parte que confirmassem a história, tal como está. Da minha parte, cansei-me de escrevê-la, cansei-me de ti. Diz-me só que já nao tens medo de me perder, que não queres mais que te agarre para sempre. Só isso, e tudo termina, de vez.

Sim, ainda gosto muito de ti, mas isso não tem mais de ser sinónimo da minha auto-destruição.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Desalento

De nada valeu pintar a vida com quantas cores encontrava, se há quem me consiga pôr tudo repleto de nuvens grossas cinzentas. Tudo o que sonhei, a vida conseguiu matar. Com quantas mais palavras vão procurar trazer-me o desalento e o desamor, a desilusão e o desdém? Quando temos a certeza de que o nosso mundo está bem seguro e subitamente descobrimos que afinal ele apenas estava suspenso por finos e frágeis fios de afecto, e esse afecto se resguardou, tudo cai. Caem as nossas certezas, caem os nossos sonhos, caem as nossas afeições, caem as nossas pretensões, caem as nossas forças. E aí deparamo-nos com um cenário para o qual não estávamos preparados, não sabemos como reagir, não sabemos sequer como é que tudo sucedeu mesmo ao nosso lado e não nos demos conta. Hoje acordei para o que aconteceu, finalmente talvez. Não tinha qualquer noção de que para vocês as coisas estivessem fixas nesses trâmites, de que na vossa cabeça tudo estivesse a suceder desta forma perniciosa. Se para vocês as coisas mudaram, fiquem sabendo que até hoje eu não julgava tal coisa, eu não pensava que tal tivesse sucedido. Formaram-se demasiados quadros errados na vossa mente, não percebo porque deixaram isso acontecer. Julgava que me conheciam bem, que de facto eram das pessoas que melhor me conheciam, mas se calhar estava errada, mais uma vez. Eu não substituo ninguém, eu acrescento pessoas à minha vida. As que saem dela, é porque assim o preferiram. E é isso o que vocês estão a fazer, e não eu como me querem fazer acreditar. Nunca vos deixei para trás, acreditem no que quiserem, mas isso nunca fiz. Sempre quis preservar tudo tal como era, sempre procurei manter os laços que nos uniam. Se não percebem as coisas deste prisma, não tenho que vos faça. Estou de consciência perfeitamente limpa, sei que desta vez não fui eu que errei, posso-o ter feito muitas vezes, mas desta vez não. De vocês esperava a sinceridade de me dizer as coisas tal como são, presencialmente. Mas preferiram fugir, entrar por subterfúgios, não me dizer as coisas cara a cara. Hoje vocês conseguiram-me desiludir-me como nunca esperei. E isto nunca mais serei capaz de deixar para trás.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Recordações

E este é o tempo que passamos, ou que passou por nós, enquanto julgávamos o contrário. É todo um conjunto de boas recordações, agora guardadas no baú das memórias, que talvez um dia ficarão cobertas de pó e teias, já que nesses dias longínquos não passarão disso mesmo: recordações. Por enquanto, ainda se assemelham a oxigénio, ainda me correm nas veias e artérias, indo e voltando sistematicamente ao coração. Foram tempos em que só sabia sorrir, e sim, o sorriso era verdadeiro. Agora, estou a pouco e pouco a reaprender a sorrir, sem seres um dos motivos para tal. Mas ainda não o consegui fazer de todo; ainda perdura um pouco um sorriso amargo, porque tu ainda perduras nos sabores que se envolvem na minha boca. E sabes, ainda não posso dizer que te esqueci, porque na realidade ainda não te foste embora da minha alma nem um pedacinho. Posso sim dizer que estou a reaprender a viver sem te ter, a viver sem ti. É duro, será sempre duro, enquanto ainda existires dessa forma tremendamente especial para mim, mas tudo na vida se aprende, tudo se transforma e tudo o que é relativo a ti não será excepção. Mas ainda custa, custa muito mesmo constituíres mais uma ausência na minha vida e ver-te seres guardado no baú das memórias.

Sociedade

A sociedade respira inveja, todos correm ávidos para o sucesso. Enquanto uns rastejam, outros esmagam e passam por cima. Não importa quem se deixa para trás, importa sim quem estará na meta para aplaudir e elevar a vitória alcançada. Mas não estará ninguém, esses foram esmagados atrás. Caminham todos sozinhos, todos em direcções opostas e nunca se vão encontrar em caminhos perpendiculares. É a sociedade do “bom dia” ou até de palavra nenhuma. Antes mostrassem palavras afáveis e preocupação pelo bem-estar de outrem. Mas isso constitui somente uma utopia. Todos serão para sempre meros animais, como que caçando para comer.
I’m sick of all this people!

Não percebes

Não percebes nem nunca perceberás uma infinidade de coisas. O quanto eu gosto de ti. O quanto me fazes sofrer. O quanto me fazes falta. A desilusão que me fazes sentir. As ilusões que me alimentas. A saudade que me dás. O quanto eu sempre te defendi. O pouco que sempre esperei de ti. O nada que sempre me ofereceste. As preocupações que nutro por ti. A complexidade do meu amor. A minha forma de sentir e gostar. A necessidade de te ver constantemente. Os sacrifícios que empreendi. As escolhas que realizei. A derradeira decisão que tomei. A felicidade que em tempos me fizeste sentir. A tristeza que actualmente me proporcionas. A ausência que constituis. O afecto que sempre te dei. A confiança que tinha em ti. A cegueira quando acreditava. Agora, estou farta que não tenhas percebido nem vás perceber.