sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ondas do mar

Vais. Vens. Nunca ficas. És como uma onda do mar inquieta, em constante vaivém. E como uma onda do mar, ocultas retalhos perdidos, aqui e ali. Esforço-me por tentar encontrá-los todos, mas nunca conseguirei reuni-los na sua totalidade e juntá-los de forma a que façam finalmente algum sentido. E então fico aqui, ancorada na praia, a ver-te partir para logo depois regressares. É apenas isto que posso fazer: observar-te. Nada mais. Sabes, o meu amor por ti esbate a linha do horizonte que vejo daqui. Todos estes grãos de areia testemunham as minhas tentativas infrutíferas para não verter lágrimas, mas enfim, são tentativas infrutíferas. Fico aqui sentada, agarrada às memórias que se empilharam na minha alma, esmiuçando-as procurando encontrar as que valeram a pena. Anoitece a pouco e pouco, vejo o sol pôr-se e recordo outros finais de tarde passados aqui mesmo, contigo. Antigamente as coisas eram diferentes, agora tudo se transformou. Levanto-me, olho mais uma vez o mar, e fico parada, abstracta relativamente a tudo à minha volta. Apercebo-me de que as memórias não te trazem de volta, não mudam nada. Apenas fazem perdurar um pouco mais a ilusão em que me deixei entrar. Caminho, solitariamente, sem nunca deixar de olhar estas ondas intermitentes, sem nunca deixar de pensar que agora é o momento de retornares à minha vida.

Esquecer

“ – Eu só queria que me esquecesses”. Tens noção que é talvez o pedido mais impossível de concretizar que já alguma vez me fizeste? Tu não tens de facto consciência de todo o amor que nutro por ti. Não fazes ideia o quanto magoa saber que não te posso ter, apesar de toda a luta que empreendi durante todo este tempo. Sabes, depois de tudo o que se passou connosco e depois de ver que nenhum resultado obtive, dá vontade de deixar de lutar, de deixar de construir algo que nunca estará edificado. Às vezes gostava de poder acreditar que nada é como eu penso, que poderemos um dia vir a ser algo mais, que já não existem mais barreiras para transpor. Mas é impossível eu crer em tais coisas. Eu observo tudo à nossa volta, e tento compreender tudo o que nos envolve e retiro daí todas as induções que preciso para perceber tudo. Ou quase tudo. E percebo que falhámos em muita coisa. Gostava de ter o poder de alterar tudo, de sair ilesa de todas estas histórias, mas não sou capaz. Por mais que eu seja forte, por mais que eu me previna, por mais que eu tente esquecer, há demasiadas coisas a magoarem-me e a manter-me agarrada a tudo isto. Eu tento acreditar nas tuas palavras, mas surgem sempre todas aquelas dúvidas persistentes que destronam todas as certezas que eu tão arduamente adquiro. E tu não ajudas, sabes? Enfim, são demasiadas as coisas erradas que persistem em pairar ao nosso redor. E acho que nunca nos iremos livrar delas. Eu gostava de conseguir fazer o que me pedes – esquecer – mas não sou capaz. Não agora. Não depois de tudo. Um dia, quem sabe, o tempo passe uma borracha nesta nossa parte da história e consigamos ser apenas os “amigos normais” de que falas. Mas isso apenas um dia, porque agora os sentimentos estão demasiado insolúveis para se deixarem anular.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Puto fofinho

Porque eu fico tremendamente encantada sempre que te vejo, porque esses teus olhinhos pequeninos são mesmo deliciosos, porque esse teu cabelo loirinho faz-me estremecer, porque esse teu sorriso é tão adorável, porque tens esse jeitinho especial. Não me canso de olhar para ti, de te procurar, de percorrer avidamente cada foto tua. És tão fofinho, és o meu puto fofinho.

Transparece

Transparece. Mostra o lugar mais profundo da tua alma. Não escondas o teu ser, não escondas todo o sentimento sóbrio que ocupa a tua cabeça e o teu coração. Apenas deixa acontecer.

Pedacinho

Sim, aquele pedacinho. Só me falta aquele pedacinho para completar esta felicidade que de tão grande que é, por vezes já me parece completa. Não percebes, ou finges que não percebes, que podíamos ser mais, ter mais, viver mais, que eu quero mais. Gosto de tudo o que somos, de tudo o que temos, mas dou-te certezas de que poderíamos alcançar patamares muito mais superiores de felicidade. E no entanto, por estupidez, sim, pura estupidez não avançamos. Não somos o que deveríamos ser. Um dia, julgo que vais me dar esse pedacinho que falta. Um dia.

Apenas tu

Apenas tu sabes como me fazer sentir realmente feliz, apenas tu sabes como me fazer soltar aquele largo e verdadeiro sorriso. Não esperava que fosses quem és, não imaginava que fosses esta pessoa fantástica. Eu conhecia-te, ou assim pensava, sabia que eras espectacular, mas não imaginava que fosses simplesmente excelente. Fazes-me acreditar que tudo é possível, que nunca mais vou sair desta rede com que me envolves, que nada disto acabará um dia. Tu compreendes-me.

Juntos ou separados

Alheios a tudo, impotentes face ao destino. São dois seres unidos por tudo, e simultaneamente, por nada. São dois caminhos que se cruzaram e decidiram alongar-se em conjunto. São duas vidas, antes feitas em conjunto, agora com algo em comum. E seguem assim, ora juntas, ora afastadas, sem um destino traçado, sem um rumo definido por uma ânsia comum. Falta a partilha de vida. Porque de nada nos serve seguirmos juntos, se não olharmos um para o outro. Escassos momentos partilhados de tempos a tempos não chegam. Porque é apenas aí que eu faço parte da tua vida e tu da minha. E eu quero fazer sempre. Estar sem estar, tu percebes.

Agora

Cada olhar. Cada conversa. Cada sentimento. Para ti, deve ser apenas mais um. Mas para mim, significa o infinito, significa o que era impossível no passado, significa não um eu e tu, mas um nós, cada vez mais consolidado. Sujeitas-me a esta espera inquietante, mas no fundo eu aprendi a aguardar, na solidão que se assolou de mim. Nunca pensei estar tão perto. Estar tão perto, ainda que tão longe, simultaneamente. Funcionávamos apenas como conhecidos, e agora as coisas mudaram. As coisas evoluíram de forma rápida, sinto que te conheço desde sempre e no entanto, não sei como lidar com esta súbita amizade. É estranho como antes os olhares eram frios e evitávamo-nos, e agora, quase de repente, somos confrontados com a necessidade de emitir um Olá e desenhar um sorriso. Estas simples situações banais tornaram-se um quotidiano que eu nunca pensei existir. E todas as nossas conversas fazem-me sentir mais perto de ti, é bom saber que confias em mim, que nos damos bem. Sentir isso faz-me feliz. Sim, às vezes é necessário muito pouco para construir uma felicidade e esboçar um sorriso verdadeiro.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Míngua

Não preciso de ti . Todos os dias me tento convencer de que isto constitui uma verdade na minha vida , mas não . Cada momento em que não estás é a confirmação de que careço da tua companhia , cada minuto que passa e não te sinto traz uma enorme vazão que se arrasta sem destino pela minha alma . És necessidade para mim , não sei viver sem ti . Em tempos soube , mas depois de tudo o que passamos não mais seria capaz de tal . Tornaste-te tremendamente especial , demais para eu poder explicar . Povoas os meus pensamentos , os meus sonhos , tudo . És tudo . Gostava de poder dizer que não reside em mim toda esta indigência de te ter , mas não sou capaz . Deixas-me nesta escassez de palavras , é míngua qualquer tentativa de descrever aquilo que significas para mim . Simplesmente tornaste-te num ser extremamente importante para mim e amo-te para além de tudo o que possas imaginar <3

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fazes-me falta

Fazes-me falta. Passámos todo o passado vivendo como meros desconhecidos. No presente, poderíamos partilhar uma vida, um conjunto de duas existências e apenas partilhamos escassos períodos de tempo. São maravilhosos esses momentos, sabes?! Mas não me chegam. Eu quero mais. Quero que estejas comigo nos momentos mais importantes e também nos momentos que não são tão importantes, quero que faças parte da minha história de vida, quero poder dizer que participaste dos momentos cruciais da minha existência. E actualmente isso não acontece. Não me conformo que continuemos a insistir neste afastamento, que continuemos a fingir que nada existe entre nós. E no entanto não consigo deixar de pensar que tudo está bem como está, que vivemos bem assim. Adoro todos os momentos que passámos juntos, nesses dias não consigo deixar de pensar o quanto foi bom estar contigo. Estampas um largo sorriso no meu rosto, fazes com que o teu sabor permaneça nos meus lábios por tempo indeterminado, fazes com que eu me sinta tremendamente feliz. Adoro te tanto <3