quarta-feira, 24 de junho de 2009
Até já, estou no corredor.
Chegas a casa, cansado do trabalho, e nem te lembras de me dar um beijo. Dói. Atiras o casaco para o bengaleiro, mas ele vai parar ao chão e nem o apanhas. Caramba, estou farta de te dizer para não deixares nada desarrumado. Não me importa que não gostes desta minha mania das arrumações, mas padeço desta terrível extravagância. Vais tomar um banho, dizes, e arrastaste-te pelo corredor fora, esse espaço carregado de fotografias simbólicas, que se calhar só o são para mim. Vens para jantar, mas quando é que tencionas perceber que eu não sou a tua empregada e sim a tua mulher. Abraça-me pelo menos, tenho tantas saudades de te sentir a enlaçar-me em ti. Mas já não sabes o que é isso. Sabes que mais? Estou farta, querido, hoje não janto, digo eu e tu dizes Está bem. Podias ao menos perguntar porquê. Mas a tua preocupação comigo já se esgotou há muito. Estás aqui e é como se não estivesses, entendes? Não, não entendes coisa nenhuma do que digo ou penso, e não fazes sequer um esforço para tentar. Já não aguento mais, vou chorar para o corredor, não me apetece olhar para a tua cara, é dia após dia isto e eu não fui feita para viver assim. Acorda desse mundo que é só teu e em que não me deixas penetrar. Eu queria somente ter-te no verdadeiro sentido da palavra, mas o que tenho resume-se a um marido que chega do trabalho, come e vai dormir. Porque se acabaram os tempos em que ficávamos juntos no nosso sofá, bem aconchegados a ver um bom filme. Antes sabias escolher bons filmes, agora nem sequer sabes ver um filme. Vê se percebes que preciso de mais do que um homem cá em casa, preciso de um marido, isso sim. Só te peço que retornem os antigos momentos de partilha a dois, que voltemos ao que éramos no nosso primeiro ano de casamento, porque agora já sem sequer chamo a isto um casamento. Até já, meu amor, vou percorrer cada fotografia de felicidade espelhada que se encontra no nosso corredor, esse álbum de memórias que começa a ser mais meu do que teu.
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ficcional
11 comentários:
A sério... O meu "instrutor" de código é uma personagem --'
Eu sou tudo o que esse homem não é! :p Sim senhoraaaa! O casaco fazia... O resto podia passar 1 vez mas não passava 2. Aaaah! x)*
olha, gostei bastante, tao real, damn it.
ainda nao mas a partir de setembro, morarei :)
ai, as pessoas exageram nesse fascínio! não julgo o que sentem por um só artista de uma banda, mas é individualizar muito a coisa. é o que penso, e depois de ver repetidamente as pessoas a fazerem o mesmo e a dizerem coisas com pouco nexo, tive de dizer qualquer coisa. até porque acho que já fui um pouco assim,e agora só me rio de mim -.-'
vou-te seguir x)
és a godmistake do fotolog, não és?
e o texto está tão bonito +.+
Eu já tive, e acho que ainda tenho --. mas sei autocontrolar-me e não faço - juro que não - nenhuma destas figuras. Em primeiro está a música, e depois quem a canta e toca. Podemos gostar de uma banda, e fascinar com o físico e com a maneira de ser de um músico, mas só isso. Acho que dizer, que o amam e que vão casar é muita patetice -.- se a banda tem o talento da música, é normal que não sejam sexsymbols.
Quer dizer, hoje em dia, já se compram talentos e baralham profissões --.
Não. Eu estava a ver novidades da banda e depois entrei num qualquer espaço de fofoquices tolas -.-
Ahaha :b pronto, apanhaste-me :b sim eu falo em particular de Tokio Hotel :) tenho orgulho na banda e sei que as pessoas não gostam, e eu tenho o tal fascínio e por um dos elementos. Mas só fascínio, nada mais. AHAHAHA, mas ter filhinhos é que não! Eu própria acho estupidamente parvo que se diga essas coisas -.- enfim, as supostas fãs deviam crescer, mas só se vê é baba e ranho. Baba - de dizerem que é tudo delas. Ranho - quando choram se um arranjou namorada. Por amor de deus, cresçam pessoas.
Beijinho :)
Ah, apanhas-te sim!
Eu não quis pôr aqui o nome da banda, porque há outras assim (ex. Jonas Brothers - hate) e era para generalizar a coisa. Além disso, as pessoas julgam logo o facto de gostarmos de uma banda de que elas não gostam e repugnam.
Sim, eu acho que consigo 'amar' a banda, e refiro-me às músicas e ao que elas significam para mim; mas a meu ver, é absurdo amar um deles, individualmente. faz-me confusão, pronto..
beijinho *
Adorei as imagens simbólicas - impecável!
Adorei, está super real. Infelizmente é a realidade de muitas mulheres.
Beijinhos
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