quinta-feira, 26 de março de 2009

As pessoas mudam

Já não estás presente como outrora e já nem sequer me ofereces afecto. Já só eu luto para manter o que em tempos existiu. Tudo mudou. Deixei de ser uma prioridade, um elemento fulcral na tua vida. Passei a ser algo casual, algo que para ti existe parcas vezes. As pessoas mudam. Mudam-se a si próprias, mudam as suas vidas. Tu mudaste. E na tua nova e reles vidinhas consideraste melhor não me incluir. Também estou a mudar-me, a mudar a minha vida. Deixei de viver para ti, deixei de te considerar um elemento fulcral na minha vida, deixei de pensar como pensava no passado. Custa imenso largar algo de que gostamos e a que nos habituamos. Mas a minha força de vontade e amor-próprio são maiores do que tudo o resto. Obrigadíssima por, depois de teres sido uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, constituíres cada vez mais uma enorme desilusão.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Corja de imbecis

Porque é que insistes em fazer correr no teu sangue todas essas substâncias indecorosas, que os teus amigos te impingem e tu aceitas veementemente? Como se não bastasse isso, mais do que a mim, procuras convencer a ti próprio de que não estás a errar, de que tens tudo sobejamente controlado. Mas é exactamente aí que te enganas: quanto mais julgas que tudo está da forma como queres, mais as rédeas te fogem e perdes a noção da podridão em que estás metido. Porque é que insistes assertivamente que eles sim, eles são os teus verdadeiros amigos? Sabes, estar sempre e dizer-te o que queres ouvir é muito fácil. Difícil é ser amigo e mesmo não estando fisicamente, não largar a preocupação que se nutre e ao invés de te dizer o que anseias escutar, dizer as verdades que precisas e mereces ouvir. Deixas-te levar por essas porcarias que dizes consumir, mas na verdade são elas que te consomem a ti. Vendes-te por esses instantes de prazer falso, em que consegues entrar nesse estado de euforia, que tanto gozo te dá. São todos uma corja de imbecis que não encontraram melhor maneira de danificar o corpo e a alma. E tu preferiste incluir-te neles em vez de fazeres o que seria melhor para ti, em vez de te ressalvares. És um imbecil também, no fundo. Quantas mais vezes vou ter de te dar na cabeça até perceberes? Ou será que nunca perceberás?

sábado, 14 de março de 2009

Melhor recordação

Sentir-te junto a mim, enquanto nos olhávamos olhos nos olhos, é talvez das melhores recordações que guardo de tudo. Julguei que não fosse aquela a última vez, assim como tu. Mas foi. Foste especial. E ainda o és. $

Só isso

Por vezes dá-me vontade de cair na tentação mais uma vez, uma última e única vez. Ter-te para mim, voltar a sentir-te junto a mim, tudo de novo. Antigamente isto consistia para mim uma realidade, agora não é mais do que uma utopia. E eu quero voltar a sentir que estou a viver, que não te estou a perder, que ainda podemos ser o que deveríamos ser, tudo de novo. Foste dos melhores traços que atravessaram o desenho da minha vida. Não te passava uma borracha por nada deste universo.

Muda

Procuras, rebuscas e não encontras. Vê se entendes que nunca serás feliz assim. Procurando nada, procurando tudo, nunca sabendo realmente o que procuras. Tens esse defeito terrível: nunca consegues definir o que realmente queres para ti. E se tu próprio não sabes, estás à espera de que os outros saibam? Tens de aprender a conhecer te melhor, a medir o alcance dos teus actos, a não fazer os outros sofrerem em prol do teu bem-estar. As pessoas não vão estar para sempre a espera à espera de que te tornes um menino crescido ou ajas como tal. A certa altura, toda a gente desiste daquilo que sabe não ter futuro. E se não te apercebes rapidamente que tens muito que aprender e mudar, vais acabar por ficar sem ninguém. E aí vais sentir a falta de quem te ampare os erros, de quem valorize as tuas vitórias, de quem esclareça as tuas dúvidas, de quem te apoie quando necessitares, de quem compreenda a tua personalidade. Está tudo nas tuas mãos. Se queres afastar as pessoas podes prosseguir pelo mesmo caminho; se as queres manter contigo aconselho-te a mudar de rumo. Rapidamente.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Tudo revirado

Ainda julgas que tudo pode voltar ao que era? Não, infelizmente não volta, nem eu quero que volte, julgo eu. Sabes, é melhor assim. Por vezes o tempo e o afastamento ditam melhor as regras do que nós próprios. Os humanos são seres com sentimentos , o tempo e o afastamento não. Se eu pudesse escolher, talvez a minha escolha recaísse em ficar contigo. Mas seria isso o melhor? Tanto para ti, como para mim, no fundo para todos, certamente que não seria. As mágoas acumuladas já eram em grande número, ainda se continuam a acumular e eu não sei viver magoada. Talvez tenha sido mal habituada antes. Mas vieste tu e tiveste a necessidade de alterar tudo, de mudar todos os estereótipos a que eu estava habituada. Tiveste necessidade de virar a minha vida do avesso, de remexer em tudo o que encontraste em ordem. Serei algum dia capaz de perdoar te tudo e apenas guardar comigo a infinidade de coisas boas que me proporcionaste? Não sei, mas gostava que sim.

Pode ser agora?

Porque é que nunca sou capaz de resistir a esta vontade intrínseca de trocar algumas palavras contigo, porque é que de toda a vez sou assaltada por uma enorme insegurança? Fazes me ficar assim, completamente alterada, capaz de nao ter capacidade de ressalvar o pouco que sobra de mim. Dou sempre parte de fraca, antes julgava me forte, mas agora sei que nao o sou. Só nao sei se alguma vez o fui. Cheguei até este ponto, já nao sei distinguir o que sinto por ti. Já nao sei fazer escolhas, ora te quero aqui comigo, ora te prefiro bem longe, ora te amo, ora te odeio. Impinges-me esta bipolaridade de afectos e eu nao sei como lidar com ela. Continuas a abandonar-me aos poucos e eu nao sei definir isso como bom ou mau. Preciso desta distância para perceber tudo de outro prisma, mas fazes me tanta, mas tanta falta. Nunca imaginarás o quanto foste e és essencial. Existem tantas coisas que nunca te soube explicar e demonstrar, e nunca serei capaz de o fazer como deve ser. Queria poder dar um rumo a tudo, mas por mais que tente, por mais que passe todo o dia a pensar o que fazer, por mais que necessite disso, ainda nao consegui. Estás demasiado gravado em mim. Até quando, nao sei.

terça-feira, 10 de março de 2009

Boa sorte

Para quê continuarmos a mentir, sobretudo a nós próprios, se sabemos que já não é a mesma coisa que antes. Cada vez que passas por mim, não mostras sequer a coragem de me olhar nos olhos, de me enfrentar. Tens medo do que possas encontrar na minha resposta visual? Ou é plena noção de que o que vais receber em troca é o que eu já recebi por muito tempo de ti? Magoa, não magoa? Sentir a rejeição de outrem, sentir que se é aviltado de cada vez que se procura algum conforto numa simples troca de impressões visuais. Se já não te consegues enganar a ti próprio, estavas à espera de que eu fosse continuar a acreditar que o “nós” era sinónimo de futuro? Sabes, a ingenuidade não dura para sempre. Chega-se a um ponto em que sabes que a partir dali, as coisas serão à tua maneira e mais ninguém te levará na sua rede, ainda que esta esteja bem lançada. As pessoas não estão sempre disponíveis para quem amam. Amar não pressupõe um “estou aqui pronto(a) para ti, quando e sempre que quiseres”. Ainda não tinhas aprendido isso? Pois então, tens agora uma oportunidade formidável para aprenderes isso e muitas mais ilações. Basta reflectires um pouquinho sobre tudo o que se passou. E acredita, tenciono que aprendas bem o que é estar nos papéis que desempenhei. Boa sorte, porque precisas dela.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Traz-me de volta

Às vezes julgo que devo ter vindo de Marte ou coisa parecida. Não me percebo e sinceramente, ao contrário do que considerava antes, talvez nunca tenha realmente tentado perceber-me. No fundo é melhor é assim. Julgo que iria apanhar uma grande decepção quando percebesse o tipo de pessoa em que me tornei. Fui mudando tanto ao longo do tempo, sei que isso é algo normal, mas sempre pensei estar-me a tornar numa melhor pessoa e ao olhar para trás, apercebo-me de que talvez isso não tenha acontecido. Escolhi caminhos errados, alguns deles por serem os mais fáceis e de facto sofrer de uma grande preguiça para tudo. O comodismo é algo que se encaixa em mim e não gosto que tal seja assim. Fui acometida de ingenuidade, ou quem sabe, a vontade de o ser. Às vezes é mais fácil fingir que não percebemos as coisas do que as encarar de frente. Faltou-me lutar mais pelo que ambicionava, faltou-me dizer o que queria dizer e nunca fui capaz, faltou-me a audácia certa em algumas ocasiões. Faltou-me ser capaz de ser mais eu, e essa falta deveu-se a retirares de mim todas as forças que eu tinha para me encarnar a mim própria. Conseguiste fazer de mim a tua marioneta, ou talvez não. Por muito que me custe a admitir, para mim própria, eu deparo-me com a quase certeza de que o preferi ser, de que gostei da sensação de ser manejada por ti. Talvez não tenha gostado na realidade, mas o caminho do facilitismo sempre me levou a deixar as coisas correrem, a deixar que tudo acontecesse e eu apenas interviesse quando, de facto, já não dava mais; quando algo tinha mesmo que ser feito para mudar. E quando chegou o momento da mudança, fui capaz? Em parte fui, mas desilude-me que eu não tenha sido capaz de enfrentar tudo de frente. Acabei por agir de forma receosa, lenta e cautelosa. A necessidade de preservar tudo o resto sempre foi mais forte, eu não poderia de forma alguma arriscar-me a perder-te como amigo. O problema é que se calhar durante todo este tempo, isso foi, em parte, descurado, e agora vejo que as lutas empreendidas de nada valeram e que tudo se desmorona à velocidade da luz. Foste um sonho, e eu ainda não acordei desse sonho. Beliscas-me ou preferes manter-me nesta utopia?

sábado, 7 de março de 2009

Sozinha

- […]
- Estou a entrar em parafuso
- Porquê?
- Acho que me sinto tipo sozinha
- Ui, como assim sozinha?
- Sinto a falta de todos
- Já? Mas porquê?
- Por tudo
- Sensação estranha
- Muito, muito mesmo
- Mas não estás sozinha
- Acabo por estar sim
- Mas não estás
- Isso é o que dizes
- Porquê?
- Porque eu sei o que sinto, e sei que é preciso as coisas estarem a acontecer na realidade para eu estar assim…
- E o que é que se tem passado para te sentires assim?
- […]
- Mas a tua vida vai mudar, os teus amigos vão mudar… Não penses que a tua vida vai ser sempre a mesma
- Eu sei, e é talvez a noção de que todas estas pessoas vão ficar para trás que me deixa este vazio
- Essas pessoas preenchem o teu passado… O teu futuro tem novas pessoas que te vão preencher
- E agora? Quem preenche? Ninguém.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Tenho pena e não respondo

"Ah, deixem-me sossegar.
Não me sonhem nem me outrem.
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?"


Fernando Pessoa

Boa viagem

Essa não te perdoo . Gostar de ti não implica perdoar te cada vez que me magoas .
Estás a errar mais do que eu alguma vez poderia esperar de ti . Mas as pessoas são mesmo assim , encantam - nos para depois nos poderem desiludir à sua completa mercê .
Se não consegues sequer respeitar o respeito que tenho por ti , como posso eu esperar que me respeites a mim? És a nova e maior desilusão dos tempos que correm e é engraçado como desde o início eu já esperava que viesses a mostrar um dia esta tua faceta .
Há pessoas que conseguem levar - nos aos nossos dois extremos , e tu fazes isso melhor do que ninguém . Consegues ser a pessoa que mais amo e consegues também ser a pessoa que mais odeio .
Esquecer é aquilo a que cada vez mais me auto - proponho . Se conseguirei ultrapassar esse desafio , é uma incógnita , mas nunca ficarei desapontada por não ter tentado . Sim , vou tentar , e qem sabe , acreditar que consigo .
Foste especial , o problema é que ainda o continuas a ser . Mas vais deixar esse teu posto :$

quinta-feira, 5 de março de 2009

E pensar que não era possível

Estou a odiar - te mais do que alguma vez julguei vir a ser possível .
És um cabrão , mas eu gosto de ti . E isso vai mudar .

Descontrolada emocional

Sinto demasiado a falta daqueles que me são importantes. Subitamente vejo-me sem os amigos por perto a toda a hora , vejo-me sem poder estar com ele. E bate fundo a sensação de solidão que se apodera cada vez mais de mim, de forma implacável. Não sou capaz de lidar com isto, pelo menos por agora. Definitivamente, estou a ficar uma descontrolada emocional. Mas a falta deles é demasiado grande para não a sentir e não sofrer com ela.

Que volte tudo :$

quarta-feira, 4 de março de 2009

Infelizmente fictício

Naquele dia, em que as teimosas nuvens insistiam em querer aparecer no céu intensamente pintado de azul, surgiste ali como pingo de chuva que cai sem estarmos à espera. Eu estava ali sentada, aguardando a hora de me ir embora. Surgiste de forma repentina e misteriosa, envergando a tua t-shirt azul com um boneco que revelava a tua parte infantil, as tuas Levi’s já algo gastas e os teus Ray-ban de hastes douradas, que te davam imensa pinta. Chegaste como teu sorriso maroto e deste-me um beijo na face, que me soube a pouco. Depois de tudo o que eu já havia recebido de ti, um beijo na face era realmente muito pouco. Falaste, eu falei, tomámos uma conversa de circunstância. Finalmente, resolveste sentar-te. Ao meu lado. Aproximando-nos um pouco, fomo-nos enredando na conversa, cada vez mais agradável. Relembrámos velhos tempos, memórias bem resguardadas na nossa alma, os nossos bons momentos. Começámos a envergar olhares nostálgicos, as palavras já não chegavam para descrever a saudade que discorria de nós a cada segundo que passava. O confronto de olhares era inevitável, o mundo tinha paralisado e se calhar eu também estava a entrar nesse estado. Nunca saberei, no entanto, descrever a forma como o meu coração batia acelerado e, simultaneamente, tudo o resto estava a parar. Criou-se um momento de silêncio constrangedor, eu percebi que era esse o instante certo, era essa a minha vez de actuar. Percebi que estava na altura de dizer a nossa deixa, percebi que silence moment imperava ser pronunciado. E sim, de facto, foi esse o momento certo, essa a nossa oportunidade de restituir algum brilho à nossa história inacabada, esse o momento de sentir de novo o fervor dos teus lábios ao sentirem os meus. Senti de novo a boa sensação de te beijar, percorrer te com as minhas mãos, como se de território estranho ao meu tacto se tratasse. Senti de novo o calor humano que antes me oferecias e aconcheguei-me mais nos teus braços. Olhamo-nos olhos nos olhos e senti de novo o teu afecto a chegar até mim. Abraçamo-nos. Sentir-te junto a mim é talvez das melhores recordações que guardo de tudo. Foste especial. E ainda o és.