quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vamos simplificar

Juro que gostava de compreender todas as nuances que cobrem esse teu espírito indomável. Às vezes é difícil aceitar os comportamentos imaturos que apresentas, mas talvez seja isso mesmo que, de certo modo, te define: essa imaturidade própria da tua tenra idade. A vida ainda não te ensinou lições suficientes nem te fez lutar por nada importante, ainda não precisaste calejar as tuas franzinas mãos com esforço para alcançar algo que desejasses fortemente. E como não estás habituado a lutar, não o fazes por aquilo que deverias fazer, agora. Também és teimoso, és demasiado teimoso e eu detesto essa mania de que sabes tudo, melhor e mais do que todos os que te rodeiam, e tenhas que levar as coisas da tua maneira, sem acatar opiniões de outrem. Detesto igualmente essa tua mania de tentares fazer com que pareça que eu sou bastante insignificante, ainda que deixes entrever que significo até demais. Eu reclamo de ti, de tudo o que fazes, de tudo o que dizes, mas no fundo gosto dessa tua maneira de ser: rebelde e despreocupada, caprichosa e agreste. Por vezes eu sou igual a ti, sabes? E talvez seja isso que me encanta em ti: esta nossa similitude desmedida, este medir de forças constante que se abate sobre nós e prolifera cada vez mais, numa necessidade constante de comprovar que não somos assim tão importantes um para o outro, quando na realidade acontece exactamente o oposto, quando passar algum tempo sem termos contacto é detestável para ambas as partes. Durante muito tempo, eu defini para mim própria que tão cedo não me queria prender emocionalmente a ninguém e acreditei que era capaz de fechar a minha vida aos sentimentos de índole amorosa. Mas começo a perceber que cada vez mais está a ser difícil fechar essa porta e que já não posso negar que estou mais ligada do que desejaria a ti. E sei que neste momento sucede a mesma complicação emocional na tua cabeça.
Agora desejo que simplifiquemos as coisas, rapidamente.

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