segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Agora
Agora és tão importante como um simples conhecido. Obriguei-me a mim própria a passar-te para essa categoria, mas não te esqueças: tu passaste-me primeiro para igual categoria na tua vida. Lidar contigo, perceber-te, já foi para mim muito mais fácil do que agora é; de facto, posso dizer que já não te conheço, ou melhor, que já não és como te conheci. E tenho saudades da pessoa que eras. Notei quando te cansaste de tudo. Eu também estava cansada. E foi então que decidi que a servidão a ti iria acabar. Resolvi de uma vez por todas deixar de ser a gaja que te pertencia. Cansei de percorrer o caminho que me conduzia a ti, essa estrada que todos julgavam longa e que no entanto eu não me importava de percorrer. A campainha de tua casa ainda ressoa na minha cabeça e o som que a acompanha relembra-me quando me dizias para subir e me recebias calorosamente. Durante aquele período de tempo, tudo era perfeito, ou assim parecia ser. Não havia complicações e tu, assim como eu, gostávamos que assim fosse. Estava-se bem e pronto. Mas já perto do final, soube que não tínhamos futuro. Os últimos dois meses foram terríveis. A minha cabeça não tinha nada dentro, à excepção de ti. Era todo o tempo a pensar se era mesmo aquilo que eu queria, se valeria a pena continuar a ter-te numa completa vazão de sentimentos, se eu iria aguentar assim por muito mais tempo. Aqueles dois últimos meses foram surreais, nunca pensei vir a questionar tanto as coisas. E foi então que por imposição das coisas normais que a vida tem, tivemos que deixar de nos ver, isto precisamente na altura em que eu tencionava deixar-te. Foi doloroso, muito doloroso mesmo, porque apesar de todo o mal que me fazias, eu gostava demasiado de ti para te largar e não sentir dor por tal acontecimento. Tive que ir ao mais fundo de mim buscar forças que nem imaginava existirem, mas mesmo assim fui-me muito abaixo. Mas tudo fiz para não dar importância à nossa separação e seguir em frente. Foi um processo de habituação complicado e demorado, mas o que é certo é que hoje tenho a sensação de dever cumprido, sinto mesmo que já aceitei o que aconteceu. Compreender não, não compreendo, nem nunca hei-de compreender muitas das coisas que aconteceram, mas aceitei que tinha sido assim. Antigamente pensava que o tempo não era cura para nada, que as chamadas ‘borrachas temporais’ eram fruto de conselhos impossíveis de concretizar mas agora sei que o tempo tudo ajuda a curar, tudo ajuda a esquecer. O tempo faz com que deixemos o que era mais importante antes para segundo plano no agora. O tempo é um curioso mistério, porque tanto nos pode levar a deixar as coisas para trás como nos pode levar a reviver mentalmente tudo e fazer com que não nos esqueçamos o que queremos apenas e só esquecer. E de facto, nos meses posteriores à nossa separação eu tanto regredia por recordar e reavivar os nossos momentos, como prosseguia em frente, agarrando-me à vontade de te esquecer, à vontade de ultrapassar tudo. Ultrapassei, sinto que alcancei o meu objectivo de todos os dias, de todos os segundos destes últimos meses. Agora sou capaz de estar na tua companhia sem meter pelo meio os antigos (res)sentimentos, agora consigo estar bem na tua presença. Agora, queria que se abrisse espaço para de novo sermos bons amigos. Achas que pode ser?
sábado, 8 de agosto de 2009
3+3
Agora, ora agora é tempo de virar a enorme página que foram estes três anos de secundário, estes três anos em que sempre estiveste presente na minha cabeça, no meu dia-a-dia. Agora é tempo de agarrar estes três anos de universidade que se avizinham, estes três anos que serão dos melhores da minha vida, estes três anos em que a universidade simultaneamente me proporcionará cabeça ocupada com os estudos e cabeça ocupada com o divertimento inerente à vida académica. Será uma nova etapa, boa, espero.
Marcadores:
mudança,
universidade
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
A saudade não mata, mas mói
"I remember the days we spent together
were not enough
and it used to feel like dreamin'
except we always woke up
Never thought not having you
here now would hurt so much."
Tonight - Fm Static
sábado, 1 de agosto de 2009
Foi
[Voltei. Estive sem Internet durante uns dez dias, o que foi uma grande chatice.]
Foi apenas um momento de sobriedade esquecida, entre tantos outros amarrotados nas voltas que o tempo fez e refez. Foram palavras, partilhas, olhares. Foi um tudo cheio de nada. E acabou. Tão depressa que ainda nem o sinto. Tão depressa que ainda não me habituei à vazão que se apoderou de todo este corpo inabitado. Caímos no vazio sem fundo, atingi a sensação de ter existido e subitamente não mais existir. E agora nada mais resta senão recordações de tudo o que foi e já não é. Tudo o que eu pensava ser afinal não foi. Tudo erros, tudo ilusões completamente fictícias que habitaram na minha mente. Agora apenas vivo comigo. E tu ficaste no passado.
Marcadores:
mudança,
recordações