Vou ter saudades de tudo. Tudo mesmo. Maus momentos incluídos. Vou ter saudades de acordar de manhã e pensar “Aulas, baah, que seca!”. De me arrastar pela casa a congeminar qual a melhor desculpa para faltar à escola. De ter de ir no raio do autocarro a aturar o raio dos putos que acordam com o raio da energia toda logo de manhãzinha. De ficar fula por me esquecer dos phones e assim já não me poder desligar do mundo (e do barulho que o raio dos putos fazem). De chegar às paragens e ter lá a Verinha para me dar dois beijinhos bem repenicados e o Fernando a dizer “Então? Já não se diz Bom dia aos amigos?!”. De chegar à escola e ter de ir à mochila tirar o cartão, coisa que eu detesto fazer. De nos dias de frio só apetecer ir para o bufete ou para a nossa salinha 1. De nos dias de mais calor pararmos em frente ao bloco 1 à espera umas das outras. De ver as namoradas chegarem e dizerem “Bom dia amor” como só elas sabem dizer. De ver que a Carla, a minha companheira desgraçada vem vestida de verde e então gozar com o vício dela. De ver os beijos lesbianos da Sandra e da Vânia. De ver a Claudia rir-se com aquele riso à francesa que eu sempre gostei (e acho que nunca lhe disse). Da Maryh e a Sara chegarem atrasadas, ainda que tenham o relógio adiantado dez minutos. Da Marta chegar e dizer “Primaa!”. Da Ana chegar e dizer com aquela expressão engraçada “Atom?!”. Da Soraia vir finalmente para a nossa beira e lançar me o sorriso dela que eu adoro. De entrar para a sala dez minutos depois dos profs. Das aulas sem fazer nenhum. Da interminável conversa que os profs conseguem ter sozinhos. Da Soraia apontar os minutos que faltam. De fazer reedições de textos com a Maryh. De finalmente chegar o intervalo. De irmos para o nosso cantinho. De passarmos o tempo a cobiçar os croissants com chocolate. De assistir à comédia romântica do dia, protagonizada pelo Mário e pela Soraia. Do Fernando vir contar as novidades e as estupidezes. Das cantorias do Mário (omg, tou doente). De ver quem passa. De retornar às aulas e aos intervalos uma e outra vez. Das nossas horas de almoço. Dos cafés e pratos de batatas da Assembleia. Dos abusos nas tartes de maracujá do Rainha e nos chocolates no Cachimbo. Do Fernando pagar qualquer coisa a mim e à Maryh. De andarmos sempre a ir buscar tudo ao cacifo. Do nosso No ComentE e do nosso 008. Das pernetas no lado direito. Das repetitivas idas ao bufete. Das aulas de acrobática, em Educação Física. Das nossas fotografias completamente tolas. Da amizade com os funcionários Mário, Zé e Margarida. Dos inúmeros passeios (vah, visitas de estudo) das Animadoras. Da nossa tonelada de trabalhos, sempre feitos à última hora. De nos metermos em tudo quanto havia para participar. De ir andar de carro com a Ana e a Sandra. Das nossas conversas totalmente taradas. Das idas aos funerais, ao shopping. De fazermos sessões de manicure nas aulas. Do diário de turma. De comermos bolachas nas aulas de Psicologia. Da viagem de autocarro a Óbidos. Da Macieira e do Beirão. Da invasão do quarto 307 e consequente maluqueira em Coimbra. De irmos para trás dos pavilhões dançar. Da nossa espectacular claque (até um testo tínhamos). Dos nossos cochichos (schiuuu). Dos almoços de aniversário completamente atrofiados. Das aulas de Aexp em que fazíamos bolachas. Dos dias em que fomos pa Casa (Ramada). Das adoráveis tardes livres de quinta. Das idas ao sótão. Das imensas actividades. Do meu puto fofinho loirinho. Da panca pelo pedaço. Das nossas histórias, dignas de filme (ou naaao). Do liceu. Das pessoas mais importantes nesta escola: Maryh, Soraia, Ana, Sandra, Claudia, Vânia, Carla, Sérgio e Fernando (Melhores Amigos). De tudo, tudo, momentos para sempre guardados. São rotinas, são vivências que fazem sentido apenas para quem as viveu. Falta pouco para tudo isto e muito mais serem apenas memórias. A melancolia e a saudade já começam a bater forte :’) Por tudo, obrigada minha gente <3
[Incompleto]
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Vício
És a minha droga. Sei que me fazes mal e no entanto não te consigo largar. Tornaste-te vício essencial para mim, não saberia viver sem ti. Entraste vagarosamente nas minhas veias, foste-te entranhando no meu sangue e ancoraste em parte incerta. A partir daí espalhaste-te de forma indecorosa por todo o meu corpo, só para teres a certeza de que não me livraria de ti facilmente. O problema reside no facto de eu nem sequer querer abandonar-te. Às vezes sinto-me apenas uma simples marioneta nas tuas mãos; jogas comigo como se eu não passasse de um peão do teu jogo de xadrez, deixas-me fora do jogo e quando sentes de novo a minha falta, delineias estratégias para eu voltar de novo ao tabuleiro de jogo. Sabes, por vezes penso que eu gosto de ser tratada como tal, mas a culpa não reside totalmente em mim. Ficaste de tal forma gravado em mim, que por mais que tente esquecer-te, não consigo. Sim, és o meu vício.
sábado, 3 de janeiro de 2009
Tudo desvairou
Não aceito que cheguemos a esta condição: a quase obrigação de dizer “Olá”, os olhares secos e sem expressão de nada, o evitar passar um pelo outro. Subitamente, tantas palavras doces, tantos sonhos alimentados, tantos momentos partilhados começam a transformar-se em meras memórias que habitam cada vez mais desgastadas nas nossas cabeças. Antes dizias que me amavas, que tudo o que partilhávamos seria para sempre. Eu não acreditava que fosse para sempre, mas acreditava que me amavas, e isso bastou-me para crer que os nossos sentimentos tinham bases sólidas, tinham espaço para crescer. E não é mais assim. Tudo desvairou, começamos um progressivo afastamento e julgo que nunca mais iremos voltar ao que fomos. Que é feito de tudo? Não nos restam muitas esperanças, não há forma de crer num futuro que certamente não será escrito em conjunto. Fomos muito, somos algo, seremos nada.